Ontem foi um dia caótico...

... mas surpreendentemente acabou tudo por correr bem. Tudo começou com a mudança de equipamento no voo para Newark. Normalmente este voo é feito (e foi assim planeado) em A330 e dias antes foi alterado para A310. Qual o problema disto? O A310 tem menos 36 lugares que o A330 e subitamente se passou para uma situação chamada na gíria aeronáutica de overbooking. Mais reservas que lugares disponíveis, o que me inviabilizou imediatamente um check-in tranquilo. Como viajo sem reserva fiquei logo em espera. Calma, a coisa normalmente acaba por se resolver já que o número de no-shows (reservas que não aparecem no check-in) normalmente equilibra isto. Azar! Ontem não foi o caso. Pior. Algum (ou alguma) atrasado mental deixou umas malas abandonadas na zona principal de check-in do aeroporto. Os procedimentos de segurança mandam isolar a zona. Durante mais de uma hora toda a zona de check-in da TAP esteve fechada, excepto os balcões 28-32, onde se estava a fazer o check-in para Newark. Todos os passageiros foram encaminhados para lá e como se pode imaginar gerou-se o caos. No meio disto tudo ainda se fizeram dois rebentamentos, com alguma pujança, sublinhe-se, às malas abandonadas. Sem aviso prévio, note-se, o que levou a que algumas pessoas tivessem apanhado um susto do caraças... Ao ver algumas caras de pânico à minha volta, só me deu vontade de rir, que nesta situação, não é a atitude mais certa. Mas, lá está, sou eu...

Por acaso, e para prevenir algum contratempo desta natureza, tinha pedido o cockpit ao comandante do voo, e tinha sido autorizado. Estava portanto descansado, mas o tempo passava depressa e a situação não tinha cara de se resolver. Não havia maneira de chegar ao balcão de check-in a autorização do comandante. Depois descobrimos que por uma falha na informática, o meu nome apareceu como Hugo Chambez, em vez de Nuno Chambel. Hugo Chambez é engraçado. Parecido com Hugo Chavez, o que poderia criar alguma celeuma à chegada aos Estados Unidos. Uma boa meia hora depois lá se conseguiu confirmar o meu nome junto do Comandante e finalizar o check-in. Isto já depois da hora de fecho de portas do voo TP103.

Faltava ainda passar na segurança, registar na alfandega o material electrónico que trouxe comigo e passar no controlo de passaportes. Eu, entretanto já sabia que o voo iria atrasar mais de uma hora devido à utilização da pista 21 em Lisboa. A saída prevista era para as 1145 e deveria ser perto das 1300. Portanto nada de precipitações. Provavelmente ninguém na Groundforce foi informado deste atraso e começaram a chamar o meu nome no sistema de som do aeroporto. Pronto, é publicidade grátis, tudo bem. Embarque sem problemas e a descolagem foi às 1245, uma hora depois do previsto, lá está...

Tinha agora 7 calmas horas à minha frente até chegar a Newark e voltar à confusão. Teria a minha mala tido tempo de ser embarcada? É emocionante voar sem reserva. Tantas peripécias a um custo tão baixo, vale realmente apena (quando corre bem, claro). Contudo, não é recomendável a cardíacos...

A chegada ao terminal B de Newark não trouxe surpresas. Uma fila enorme, com algumas centenas de pessoas, para o controlo de passaportes. Apesar do ritmo inicial me fazer pensar que ia estar ali um bom par de horas, acabaram por ser apenas 45 minutos. Faltava agora a mala. Mais uma vez chegou antes de mim ao tapete. Menos mal. Até hoje apenas se extraviou uma mala minha uma vez, e foi precisamente neste voo, em Julho do ano passado.

Desta vez segui para Manhattan de autocarro da PATH que liga o aeroporto de Newark à rua 42, muito perto de Times Square, onde é o hotel onde fico estas 2 noites.

Quero agradecer a amabilidade do Comandante Munkelt Gonçalves e do Comandante António Escarduça, que mais uma vez foram os anjos da guarda do meu ID00. Lá está, é gente com asas, portanto anjos, sem dúvida... Com menos asas nas insígnias, mas não menos anjos, foi a tripulação de cabine deste voo. Muito amáveis e simpáticos. Obrigado a todos. Por último gostava de agradecer também ao pessoal da Grounforce que esteve a fazer o check-in ontem do voo TP103. Em situação particularmente difícil conseguiram lidar com o meu pedido de forma atenciosa e correcta. Normalmente fala-se sempre mal do atendimento da Grondforce, mas também se deve falar bem. Especialmente quando tudo, ontem, tinha justificação se até corresse mal... Obrigado a todos!!

À noite ainda dei uma volta a pé por Manhattan e deixo aqui umas fotos:

Rockefeller Center - Pista de gelo


Rockefeller Center


Fontes junto ao Rockfeller Canter


Radio City

2 comentários:

  1. Anónimo disse...

    Se fosse comigo ainda estava à espera do check-in, a mala feita explodir conteria efectivamente uma carga explosiva, a cobertura do edifício teria saltado, estaria a chover, as meninas da groundforce ter-me-iam agredido, lugar no cockpit nem pensar, só porão e para finalizar o avião teria uma avaria em cruzeiro e teria de voltar para trás! É a história da minha vida..., pelo menos com essa coisa de voar...
    Um abraço e boas compras...  

  2. Kispo disse...

    "My friend"

    Complicado mas lá foste!

    Deixo-te aqui uma "foto" da tua saída!...

    ...e olha foste com um Capt. por quem tenho a maior admiração! Tem um hangar que mete respeito!

    Abraço e diverte-te  


 

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